quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Relato de Infância

Oi.
Nem preciso mencionar o fator preguiça como principal responsável pelo meu sumiço, né?
Então tá.

Há uns dias atrás, dia 12 de outubro, mais precisamente, foi o dito Dia das Crianças, vou confessar: eu critiquei você marmanjão que postou frases profundas e reflexivas sobre a infância.
Hahaha...!
Mas, acontece que, eu também fiquei profunda e reflexiva uns dias depois me lembrando de todas as situações excepcionais que nunca mais voltarão!
Amores, digam o que quiserem, mas EU tive a infância mais estupenda do mundo!
HAHAHA, eu e as gêmeas (minhas irmãs!)
Mesmo ciente que nunca tive os privilégios de uma filha caçula, me divertia ao meu modo, e mesmo as gêmeas sendo mais velhas as brincadeiras eram adaptadas, ninguém ficava sem participar de nada, e independente do que fosse, podia-se esperar BARULHO! Hahahaha!
Na verdade, tudo que possuíamos era diferente das demais crianças, e poderíamos ter crescido cheias de complexos e lamentações (quer dizer EU não tenho complexos, elas eu já não sei, hahahaha!), mas acho que isso não ocorreu...Mamãe sempre disse que se dependesse dela, nunca seríamos soltas ao mundo, ela nos criaria numa bolha e nada nos atingiria, provavelmente é papo de mãe, né? Pois bem.
Eu tinha bronquite, a Denise tinha bronquite, sinusite e rinite e a Deise tinha bronquite e rinite, ou seja, "pura saúde"! Hehehehe!
Então, não podíamos andar descalças em momento algum, se caso acontecesse éramos ameaçadas com a cinta Lee do papai, a mais velha, que costumava doer mais.
Não podíamos tomar sorvete, mas o pai sempre abria umas exceções e a gente chupava uns picolés escondidas da mamãe, chegávamos em casa e tomávamos um litro d'água cada uma, que era pra "derreter" o gelo, hahahahahha, as teorias do Sr. Uilson (meu pai). E não interessava, era sempre uma aventura!
Nós não costumávamos assistir TV, então tínhamos os nossos programas televisivos feitos em casa, a Denise era a apresentadora e seu nome era Heloísa, então a gente se preparava para o show, colocávamos uns guarda-chuvas coloridos pendurados nos lustres, e mandávamos ver! Nosso programa tinha participação de cantores famosos e telespectadores fanáticos, todos muito bem interpretados por nós mesmas, com direito a interação com o auditório e tudo mais, hahahaha!
Daí, como se não bastasse decidimos criar um programa pra competir com aquele "Fantasia" que passava no SBT, e o nosso se chamava "Bumerangue", e olha, não é por nada não, mas em nossas cabeças éramos sucessos garantidos! HAHAHAHAHAH!
Nossa infância foi regada de covers das Spice Girls, e coreografias ousadas do "É o Tchan" até na porta da igreja, hahahha!
A gente também tinha uma recepção de um consultório médico, com direito a agendamento de consultas e pacientes mal-educados!
A gente se juntava pra "explorar" os mercados da vida, ficar parada em um corredor vendo papai comprar óleo era no mínimo frustrante, então era melhor procurar corredores mais interessantes e promissores daí e a gente se perdia e toda vez era preciso anunciar: " Senhor Uilson, favor comparecer ao balcão de informações, suas filhas o aguardam!" HAHAHAHA!
Aí ele aparecia, nós fazíamos uma festa e pedíamos logo um carrinho só para lotá-lo provavelmente de Miojos, Rocamboles e rosbife.
O prédio em que morávamos era literalmente NOSSO! Tomávamos posse da garagem, e se estivéssemos andando de bicicleta por lá, quem tinha que tomar cuidado eram os motoristas desavisados, nossa Caloi era na verdade uma Honda aos nossos olhos, hahaha!

Nunca brincamos de casinha e Barbie pra gente era experimento científico!
Sempre recebíamos o incentivo que queríamos se a questão era ler, papai sempre incentivou e nunca questionou o fato de gastarmos a mesada toda em Gibis (ele só questionava se ao invés de gibis gastássemos com pirulitos do KLB)!
Tudo se resumia a cantoria, e mamãe inventava músicas pra comermos sagu e até pra cantarmos no trânsito!
E a gente cresceu criando musiquinha pra QUALQUER coisa.
Fala aí, gêmeas?
HAHAHAHA!
Talvez pra quem lê, seja pouco, ou estranho.
Eu acho o máximo.
Porque no fim, mesmo que fossemos diferentes de algumas famílias, crescemos inteligentes, brilhantes e criativas! Uauhauhauhuhauha!
E a principal lição que aprendi em minha infância, que me acompanha diariamente, e me faz ter orgulho de ter tido a educação que tive (vixe!) é:

Você não precisa ser igual a todo mundo pra ser feliz!
Não precisa ter o que todos têm, não precisa ir onde todos vão.
Criar um cenário por si próprio é mais louvável do que seguir o rumo das histórias alheias.

O que cada um faz com que suas experiências infantis ou não, é opcional.
Eu escolhi extrair o melhor de TUDO!
(escolhi não reclamar da falta de sorvetes todos os dias, preferi tornar estes momentos raros, inesquecíveis!)
E honestamente?
Sinto saudades! Não aquele tipo de saudades que te faz querer voltar no tempo, até porque isso é tosco.
Mas sinto saudades.
Porque se eu decidir apresentar um show na sala de casa com guarda-chuvas pendurados nos lustres e figurinos extravagantes, ninguém me dará muito crédito como pessoa sã, né?
Então, suspeitei!

HAHAHAHA!

Beijos,
Thatá!

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