quarta-feira, 29 de maio de 2013

Relato (resmungão) Realista

Eu reclamo do socialismo. (de maneira leiga e rasa.)
Reclamo do capitalismo, costumava reclamar mais, mas aí conforme o tempo passa, você percebe que...Você é parte dele, dependente e contribuinte. Então... Deixei pra lá.
Reclamo do mercado de trabalho, reclamo das exigências excessivas.
Reclamo do dinheiro que a gente ganha, um dinheiro tão estranho que nem sempre cobre todas as contas, aquelas que a gente faz, ou não.
Reclamo da lerdeza do sistema em solucionar problemas sérios, e reclamo da rapidez com que algumas coisas são, na maioria das vezes, malfeitas.
Reclamo da velocidade de alguns relacionamentos, reclamo da demonstração exagerada de amores nem sempre existentes.
Reclamo das críticas que faço, reclamo das críticas que recebo.
Reclamo de elogios e reclamo da falta deles em alguns aspectos.
Reclamo do tempo.
Reclamo da tendência que tenho de reclamar.
Reclamo muito, e não significa que desacredito na sociedade, no ser humano, no mundo, ou em mim!
Ultimamente eu só acho, que as coisas não são obrigadas a darem certo e funcionarem sem erros. O que não me impede de reclamar, de me impor...Muito pelo contrário.
Eu já fui mais otimista. Tipo, bem mais!
Mas sabe o que penso?
Que ser otimista demais, às vezes te atrasa.
É ...
Passei a observar que, algumas pessoas transbordam otimismo, por pura preguiça de mudar!
"Ah, tudo vai dar certo." (enquanto eu sento aqui e observo.)
"Ah, não preciso mudar de emprego agora, vai que recebo uma promoção." (isso depois de vários anos trabalhados, sem que tal acontecesse.)
"Ah, não preciso estudar pra esta prova, acredito que estará muito fácil." (já fiz muito isso, já me prejudiquei na mesma proporção.)
http://blogs.odiario.com/wilteixeira/2010/06/page/2/

Otimistas demais, torcem sempre pelo melhor resultado, o mais bonito, o mais cheiroso o menos trabalhoso e muitas vezes não se empenham em contribuir para que realmente dê certo.
Gente otimista demais, é aquele tipo que acredita apenas em sua inteligência e dá uma folguinha para o esforço...
Gente otimista demais, espera que sua situação financeira se resolva em dias, quando ele nem sequer procurou obter outra fonte de renda.
Gente otimista demais, defende a inatividade e inoperância das coisas em geral. (radical! =P)
Por isso abri mão do otimismo exacerbado.
Observe, vou até repetir:
Abri mão do otimismo EXACERBADO. (e apenas deste.)
Não sei se o otimismo se vai, conforme a gente "adultece"...Mas, conforme nossas prioridades mudam, tudo o que nos resta é sermos REALISTAS!
E um realista pode ser otimista, mas na medida. Cada um com seu papel. E influência.
Não adianta "torcer" pra que uma doença seja curada, sem se dedicar ao tratamento, não adianta "torcer"  pra tirar dez na prova, se você não estudou, não adianta "torcer" pra mudar de emprego, se você nem sequer enviou um currículo, ou atualizou-o.
Não significa que você não pode ter fé, até porque, não há fé que resista a falta de sabedoria.
E fé, envolve sacrifícios. Esforços. Evolução.
É isso.
Sou à favor de finais felizes, sou a favor de resultados satisfatórios, sou à favor de quem acredita, mas acredita enquanto faz.
Não sou pessimista porque reclamo, mas sou realista ao reclamar e tentar mudar aquilo que me incomoda, sou realista ao acreditar piamente no sucesso das coisas, desde que ALGO seja feito.

Posterguei muitas coisas na vida, por conta do ato de "desejar com muita força".
Faz parte. Óbvio.
Ser realista não significa apenas ser carrancudo e resmungão, ser realista é abdicar da fantasia, pra encarar a vida de frente, sem fugir do primeiro dilema, porque a "vida não precisa ser tão difícil" (tsc, tsc...)
Não significa que não acredito na mudança do mundo, ou não acredito em gente que conseguiu sem muito esforço, eu acredito. Não sou ignorante a este ponto.
Não significa também, que eu não tenha ideais. OPA, eu tenho muuuuuuuuitos!
Talvez eu ainda não possa dizer que SOU REALISTA.
Porque ainda falta muito.
E com certeza, devem existir mas de um quaquilhão de explicações psicoterapêuticas/ psicológicas/psiquiátricas/ antropológicas, pra tudo isso que tão pobremente resumi.
Mas decidi de uns tempos pra cá, dar as mãos ao bom senso, e abraçar fortemente o equilíbrio das coisas.
Sigo acreditando. Tendo fé no que tenho. Em Quem tenho.
Entretanto, não quero dar adeus à prudência.

Mas o mundo não é Nárnia, a vida não é MOVIDA a pensamentos positivos.
A vida é MOVIDA apenas se você movê-la, entendeu?
Partirei daí.
Ponto.

ps: opinião pessoal e intransferível.

Beijos realistas.
Thatá.




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