segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Relato Sobre a Vizinhança

Oi, minha gente!
Estamos todos bem neste início de primavera?
Ótimo.
Fiquei desocupada por uns dias, em casa, sem realizar absolutamente nada! Sinto-me meio envergonhada agora que confesso, mas enfim...O que está feito, está...I don't know...Feito.
Mas...Entre uns dias de ócio e outros...Decidia caminhar pelo bairro, até porque aqui onde moro, pra se conseguir um mercado é necessário uma caminhada de 10 minutos! Nada prático. Mas ok.
A verdade é que morei em outra cidade até meus 8 anos, numa avenida movimentadíssima, cheia de opções de lojas, e paraísos recheados de opções para gastarmos a mesada nos primeiros cinco minutos que pegávamos o dinheiro nas mãos. Eu adorava, mas morávamos de aluguel, então quando meu pai conseguiu comprar a casa, a alegria foi grande, e ninguém se importou muito de abandonar o bairro antigo!
Pois bem, acontece que estávamos acostumadas com o barulho da avenida...Do som dos carros ao burburinho de pessoas...
Então, foi meio chocante pra nos adaptarmos a um bairro de aposentados! Onde reina um silêncio sepulcral, a toda hora.
Sim...Meu bairro é o refúgio de "cidadãos sênior"! 
Pra todos os lados que você olhar encontrará um senhorzinho ou uma senhorinha, bem- aposentados, com suas casas meio grandes demais pra eles, aguando seus jardins ou lavando suas calçadas.
É claro que tinham umas crianças, mas as vizinhas da frente só queriam usufruir de nossas bicicletas, e os meninos, bem...Eram meninos.
E já que estamos falando deles...Numa de minhas andanças pelo bairro, eu avistei aquele mocinho, dos olhos verdes, cabelos loiros, que soltava pipa em frente de casa...Eu achava ele tão belo, mas tão belo...Imaginava que ele seria mais alto quando crescesse, e que seria doutor em alguma coisa...
Logo, quando o vi carregando galões de água pra cima e pra baixo, foi meio decepcionante...Mas não por isso, de repente ele esteja trabalhando pra pagar sua faculdade de doutor, né? Quem sabe...A questão é que ele "enfeiou", seus cabelos escureceram, e sua pele adquiriu uma tonalidade estranha...Quase cinza. Sinistro de se ver. Quase deprimente.
Puxa vida...
Continuei minha trajetória, passei pela farmácia e os mesmos balconistas estão lá, na mesma pose, com seus cotovelos apoiados no balcão...Ao lado tem o bar, e o mesmo senhor negro que se assentava a porta, no horário em que eu saia da escola, continua lá!
Alguns outros bêbados estão mais magros, meio indefinidos, quase sem saúde...
O bazar continua o mesmo, e parece que a dona, está sentada naquele banquinho há dez anos, só dizendo pra suas funcionárias irem lá, e pegarem uma caneta para o cliente e tals...
O senhorzinho solteirão, ainda cumprimenta todo mundo com a mesma veemência quase carência, te pega na conversa e fica difícil se desvincilhar (a vítima não era eu, só observei o fato de ter ido e voltado e o tiozinho ainda estar no mesmo lugar, proseando tranquilamente, enquanto a outra pessoa já se despedia pela trigésima vez!)
Tem a senhorinha que ainda cata latinhas, e diz bom dia de maneira tão feliz, mesmo sem os seus dentes!
Tinha a pracinha, que não está mais lá.
Tem a adega/mercearia e seus preços exorbitantes...
Tem os vizinhos mais conhecidos, tipo, direita-esquerda e início da rua. E tem os vizinhos que nunca sequer vi, se for um bandido invadindo suas residências ou se for o próprio proprietário, pra mim é exatamente a mesma coisa!
E tem a escola, a famigerada. Com seus matagais jardins, seus portões azuis, e a feira de quinta-feira, bem na entrada...E a gente meio que entrava na escola, pisando em restos de peixe e frutas, e legumes, e verduras...! Um charme.
Hoje precisei ir na UBS, e moça me perguntou: "Você mora neste bairro?"
Eu: "Sim."
E ela me deu aquele olhar de "não-tente-me-enganar-mocinha"...
Aí eu apresentei o documento e um comprovante de residência, né? Pra comprovar minha afirmação, e ela aceitou de bom grado.
As vezes me sinto meio "estrangeira" aqui, porque desde meus 16 anos, só vinha em casa pra dormir, jantar e almoçar de domingo...
E então, depois de poder retornar realmente e perambular pelo Jardim dos Campeões, percebi que minha vizinhança não é a do Chaves...
Mas dá pra sentir falta...! Sério mesmo.


E conforme tudo isso vinha a mente, senti uma imensa gratidão!!!
Porque mesmo que eu trabalhe oito horas por dia, e gaste as outras horas neste bairro apenas dormindo, é sensacional a ideia de saber que tenho pra onde voltar! 
Mesmo sabendo que moro por cima de uma antiga fazenda de formigas...Ou...
Mesmo não sabendo quem mora duas casas abaixo da minha!
Eu adoro o silêncio das ruas, e confesso que adoro dar bom dia aos velhinhos amigos de meus pais, por que não?
Só digo que, se nada desse certo e eu me tornasse vereadora, defenderia meu bairro com amor! (até a política tentar me estragar, mas aí é outra história! Hahahahha!)

Beijos,
Thatá.

2 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkk imagina se não dei enormesss risadas se é esse o termo q pode ser utilizado , faço parte dessa vizinhança e sou uma séria candidata de ser um futura "velhinha" a perambular o jd dos Campeões.. kkkkk

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    1. Ai Edna! Hahahaha! Já imagino você daqui alguns anos, passeando com seus cachorrinhos pra cima e pra baixo!

      Que legal!
      Hahahahaha!

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